A bola não para.

Maradona by Kusturica
Sérvio - 90 minutos
Com Maradona, Emir Kusturica, Manu Chao e outros
Lançado em julho de 2010

Mais do que um filme sobre Maradona, Kusturica faz uma dissecação do ídolo. Ele compartilha da intimidade de Maradona durante meses, leva o jogador a falar de coisas que ninguém sabia exatamente como tinha rolado. Maradona entra nos seus anos de droga, analisa os motivos e as consequências disto em sua vida e abre o coração de uma forma que poucos fariam. O futebol, neste documentário, é apenas o pano de fundo para um profundo bate-bola com o 10 argentino.

Parece, mas não é.

Contragolpe – Contre-Enquête


Francês – 85 minutos
Direção: Franck Mancuso
Com Jean Pierre Cassel, Jacques Frantz, Aurélien Recoing e outros.
Lançado em outubro de 2009

Não pense duas vezes antes de locar um filme francês de suspense. Os caras são muito melhores que os americanos no tema. Primeiro porque não há a tradicional divisão entre mocinhos e bandidos. Ambos tem seu lado obscuro. Depois porque os roteiros sempre são fantásticos. Este DVD é um belo exemplo: um policial cuja filha foi violentada e assassinada que não se contenta apenas em prender e mandar o assassino para uma longa pena na prisão e um final absolutamente inesperado.

E dá lhe catchup.

Bastardos Inglórios – Inglorious Bastards


Americano – 153 minutos
Direção: Quentin Tarantino
Com Brad Pitt, Diane Kruger, Christoph Waltz, Daniel Bruhl e outros.
Lançado em fevereiro de 2010

Mesmo não sendo a proposta deste blog, a de divulgar apenas DVDs ignorados pela mídia, não dá para deixar de falar no último esquartejamento do Tarantino. Tudo bem que o Brad Pitt fala com uma batata na boca, que o Christoph Waltz faz um coronel da SS cheio de trejeitos, que a heroína escapa a pé de guardas motorizados, etc. O que vale é o jeito divertido com que Tarantino conta histórias cruéis e contundentes. Pode até não gostar, mas o filme fica na cabeça

Um filme igual, mas diferente.

O Sequestro do Metrô 123 – The Taking of Pelham 123


Americano – 105 minutos
Direção: Tony Scott
Com Denzel Washington, John Travolta, John Turturro e outros.
Lançado em janeiro de 2010

Um filme com estes três baitas atores já vale a locação. E se o diretor é o Tony Scott, vale mais ainda. Nada de novo, a mesma história do sequestro de um meio de transporte cheio de passageiros, desta vez não é um avião, um funcionário que, sem querer, vira o herói negociador, bandidos sem nenhum pudor e um final feliz. A diferença? O ritmo do filme, o elenco e, principalmente, o mote do sequestro.

Os chineses também sofrem.

Desejo e Perigo – Se Jie

Chinês – 157 minutos
Direção: Ang Lee
Com Joan Chen, Tony Leung Chiu, Wei Tang e outros
Lançado em fevereiro de 2010

O sempre bom Ang Lee volta às origens e faz este filmaço sobre o domínio japonês na China durante a 2a. guerra mundial. A história é meio banal: a bonitinha que usa seus atributos naturais para se aproximar do chefe da repreesão e propiciar as chances para a resistência eliminar o sacana. Acontece que isso nas mãos do Ang Lee vira uma aula de narrativa e interpretação que não deixa você desgrudar os olhos da tela.

Hora de Tirar o Pijama.

Tinha de Ser Você – Last Chance Harvey


Americano – 93 minutos
Direção: Joel Hopkins
Com Emma Thompson, Dustin Hoffman e outros.
Lançado em fevereiro de 2010

Um cara de quase 70 anos ficar apaixonado por uma sessentona ou quase, acontece. Mas, se este cara é novaiorquino e a musa é inglesa, a coisa fica ainda mais estranha. Agora, se nos papéis dos pombinhos estão Dustin Hoffman e Emma Thompson, se prepare porque vem aí um show de cinema que só atores fantástico como eles podem proporcionar.

A guerrilha urbana no primeiro mundo.

O Grupo Baader Meinhof – Der Baader Meinhof Komplex


Alemão – 150 minutos
Direção: Uli Edel
Com Nadja Uhl, Moritz Bleibtreu, Martina Gedeck e outros.
Lançado em fevereiro de 2010

No final da década de 60, início de 70, o mundo pareceia uma grande panela de pressão pronta para explodir.
Movimentos de jovens nos principais países eclodiam contra os chamados valores burgueses das gerações anteriores. A coisa era tão forte que ninguém se dava conta de que estes movimentos acabariam nas mãos de psicopatas loucos para detonar suas guerras particulares.
O grupo Baader Meinhof foi talvez o mais célebre no primeiro mundo e o mais enigmático porque reunia uma jornalista cheia de teorias e um quase maluco louco para dar seus tirinhos.
O filme é muito bom porque retrata o assunto de uma forma objetiva e sem nenhum maniqueísmo.

Filhinho de Papai.

O Menino de Pijamas Listrado – The Boy in the Striped Pajamas.


Americano – 93 minutos
Direção: Mark Herman
Com David Trewlis, Richard Johnson, Vera Farmiga e outros.

Aos olhos de uma criança o mundo toma diferentes formas e aspectos. Assim é esta história que narra a visão de um garoto, filho do comandante de um campo de concentração, sobre o que acontece do outro lado da cerca de arame farpado. Mais um bom filme sobre esta insanidade chamada holocausto.

Amor de Mãe.

Há Tanto Tempo que te Amo – Il y a Longtemps que je T’aime.


Francês – 117 minutos
Direção: Philippe Claudel
Com Kristin Scott Thomas, Frederic Pierrot, Laurent Grevill e outros.

Um filme pesado, mas bem interessante, sobre a história meio cavernosa de uma mulher que sai da prisão depois de anos reclusa por ter matado o filho. As coisas não são bem como parecem e caminham para um final meio surpreeendente.

No lugar e no momento errado.

Jean Charles
Nacional – 90 minutos
Direção: Henrique Goldman
Com Selton Mello, Vanessa Giácomo, Luís Miranda, Patricia Armani e outros.
Lançado em novembro de 2009

O grande mérito deste filme é o de liquidar com a imagem de mártir do rapaz morto no metrô de Londres. O Jean era um brasileiro como outro qualquer se virando para descolar uma boa grana em um país que paga bem para quem faz o serviço sujo, seja ele árabe, africano, paraguaio ou brasuca.
A cena do enterro do Jean na sua cidade natal em um cortejo com o caixão em cima do carro do corpo de bombeiro dá bem a idéia da capacidade que a mídia tem em fabricar heróis de mentira. O cara morreu por culpa de um erro grosseiro da polícia inglesa e ponto final.

Os filhos cresceram. E agora?

O Ninho Vazio – El Nido Vacío

Argentino – 91 minutos
Direção: Daniel Burman
Com Arturo Goetz, Inês Efron, Carlos Bermejo e outros.
Lançado em maio de 2009.

Acho que um dos primeiros filmes que pintou neste blog foi o “Abrazo Partido” do mesmo diretor de “Ninho Vazio”.
Fiquei tão empolgado com aquele filme que criei este espaço para divulgar trabalhos que não recebem espaço nos jornais e revistas.
O Ninho Vazio tem os mesmos ingredientes: ritmo, inovação, direção primorosa, bom elenco e roteiro incomum. Porém, acho que o filme anterior do Daniel Burman era mais redondo, mais vivo, mais empolgante. De qualquer forma vale à pena

Vergonha nacional.

Entre os Muros da Escola – Entre les Murs

Francês – 2h08
Direção: Laurent Cantet
Com Francois Marin, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaijda Rachedi e outros
Lançado em 2007

O grande problema dos países que mantiveram colônias é o de como dar aos seus cidadãos de segunda categoria, os imigrantes destas colônias, uma vida digna no chamado “País Mãe.” Isto acontece na Inglaterra com os indianos e paquistaneses e na França com os surinameses e, principalmente, marroquinos. Este filme retrata muito bem esta situação tendo como cenário uma escola pública da periferia. Ali fica claro a real condição dos filhos deste imigrantes: são apátridas porque não são considerados franceses pelos nativos e muito menos cultivam ou conhecem a cultura da terra de seus pais.

Sophy Indica

Rio Cogelado – Frozen River

Americano 97 minutos
Direção: Courtney Hunt
Com Melissa Leo, Misty Upham e outros
Lançado em julho de 2009

A Sophy disse que é um ótimo filme, vencedor no Sundance Festival, foi realizado com baixo orçamento (o maquinista e o maquiador integram o elenco) e tanto a direção, quanto os atores principais, fotografia e roteiro ficou na mão da mulherada. A protagonista vive no interior do estado de Nova York e, para sobreviver, ajuda imigrantes ilegais a cruzar o fronteira do Canadá para os Estados Unidos.

Mais um da Sophy

The International

Americano, 118 minutos
Direção: Tom Tykwer
Com Clive Owen, Naomi Watts, Remy Auberjonois e outros.
Lançado em agosto de 2009

Mais um da Sophy. Do mesmo diretor de Corra Lola, Corra, a história conta o esforço de uma promotora e de um agente da Interpol para levar à justiça um dos bancos mais poderosos do mundo. A Sophy disse que o filme é bem no estilo thriller americano, mas o tiroteio no Guggenheim com as obras do vídeomaker Julian Rosenfeldt vale a locação.

A última lembrança é a que fica.

A Partida – Okuribito

Japonês – 131 minutos
Direção: Yojiro Takita
Com Tsutomu Yamazaki, Kazuko Yoshiyuki, Ryoko Hirosue e outros
Lançado em agosto de 2009

A forma como os japoneses preparam os mortos para o enterro é o tema deste filme. Mais do que a cerimônia em si, o importante aqui é o sentimento de admiração e preconceito que as pessoas têm contra os profissionais que executam esta tarefa. Se por um lado o trabalho é quase uma arte, por outro é considerado algo sujo e digno de desprezo. O filme tem aquele ritmo maravilhoso do cinema oriental e os gestos que falam bem mais do que as palavras. Okuribito ganhou o Oscar de filme estrangeiro em 2008.

Memória Seletiva.

Valsa com Bashir – Waltz with Bashir


Israelense – 90 minutos
Direção: Ari Folman
Animação
Lançado em agosto de 2009

O diretor Ari Folman realizou este filme em animação por uma questão bem simples: trata-se de uma história real na qual o personagem é ele mesmo em busca de fatos que tinha vivido na guerra do Líbano e que a sua memória tinha apagado. Tentando descobrir o porque do apagão, ele conversa com alguns de seus colegas de exército e conclui o que o mundo inteiro desconfiava: os massacres de civis nos acampamentos de Sabra e Chatila realizados pelas falanges cristãs tiveram a complacência do exército israelense do qual ele fazia parte e, evidentemente, se envergonhava.
O filme disputou e perdeu o Oscar do ano passado para o Okuribito.

Pipoca com Guaraná.

A Bela Junie – La Belle Personne



Francês – 93 minutos
Direção: Christophe Honoré
Com Louis Garrel, Grégoire Leprince-rinquet, Léa Seydoux e outros.
Lançado em setembro de 2009


Depois de ver um dos filmes anteriores, chegou a hora de uma boa água com açucar para sentir o mundo um pouco mais leve. Este filme francês que se passa em um colégio tem os ingredientes perfeitos para isso: uma aluna bonitinha e gostosa, um professor que come todo mundo, um gay que finge de hominho e todas as bobagens do gênero. Pode alugar, é divertido.