Satisfação garantida.

De Bico Calado – Keeping Mum


Inglês – 103 minutos
Direção: Niall Johnson

Não se assuste com o título português idiota, a capa horrorosa e a cara do Mr. Bean em primeiro plano. Foi o que eu fiz e, se não fosse a Márcia, eu não teria visto esse maravilhoso exemplar do mais fino humor negro inglês. O Rowan Atkinson, famoso pelo cansativo Mr. Bean, faz o papel de um pastor que não lembra nem um pouco o personagem, é casado (sim, esses padres trepam) com a fabulosa Kristin Scott Thomas e contrata, como governanta, o monstro sagrado Maggie Smith. Não precisa dizer mais nada.

Daquele povo gelado que também se emociona

Minha Vida Sem Minhas Mães – Aideistä Parhain

Filandês – 111 minutos
Direção: Jason Reitman

Rodado na Finlândia e na Suécia, o filme conta uma história real que rolou na Segunda Guerra meses antes da Finlândia ser dominada pelos russos. Uma entidade tipo Cruz Vermelha organiza uma rede de solidariedade para preservar as crianças finlandesas enviando-as para se refugiarem com famílias na Suécia. O drama de uma dessas crianças que é obrigada a trocar de mãe é narrado sem nenhuma pieguice, mas suficiente para preencher alguns lenços de papel.

Alá meu bom Alá.

A Grande Viagem – Le Grand Voyage

Francês – 108 minutos
Direção: Ismael Ferroukhi

Um road movie que começa nos subúrbios de Paris e termina na Arábia Saudita em uma viagem de quase cinco mil quilômetros. É a jornada de um velho árabe que vive na França há 30 anos e seu filho que nasceu lá e se sente ocidental. O pai quer ir a Meca antes de morrer e o filho é escalado para motorista. Claro que a sintonia entre os dois mundos é próxima de zero e, evidentemente, a visão do garoto muda depois dessa peregrinação ao grande islã.

Mr. Zimmerman

Bob Dylan – No Direction Home

Americano – 208 minutos
Direção: Martin Scorcese

Um documento imprescindível sobre o monstro Bob Dylan, aquele que apresentou a maconhagem para os Beatles, que fez as músicas mais contundentes dos anos 60, que no auge do sucesso deu um pé na bunda na folk music e bandeou para o rock, que foi vaiado, execrado e deu um tempinho de quase 20 anos na carreira. A direção dispensa apresentações.

Um barquinho vai...

Coisa Mais Linda – Histórias e Casos da Bossa Nova

Brasileiro – 120 minutos
Direção: Paulo Thiago

O documentário não é lá essas coisas, mas o tema supera qualquer deficiência e as histórias são bem interessantes. Um exemplo: o Menescal dá uma aula sobre a famosa batida que o João Gilberto criou no violão e deixou o mundo inteiro de quatro até hoje.

Um gay macho pra caralho.

Madame Satã

Brasileiro – 105 minutos
Direção: Karim Ainouz

O personagem foi um mito na mítica Lapa carioca nos anos 30. Só por isso,
já vale o filme. Mas tem mais: o Lázaro Ramos dá outro banho de interpretação, a falta de grana cria uma linguagem bem diferente dos novelões de época da Globo (nada daqueles figurantes andando pra lá e pra cá no fundo das cenas) e a brasilidade salta em cada fotograma do filme.

Paixão por Alá.

Yes – Yes


Americano – 100 minutos
Direção: Sally Potter

Apesar da produção ser americana, o filme se passa em Londres e tem todo o jeitão de filme europeu. O argumento é basicão: uma inglesa entediada com o marido e a sua vida se envolve com um cozinheiro libanês exilado. O filme fica bom a partir do momento em que o mulçumano bota a religião e as diferenças culturais na cama e inferniza a relação.

Sem bolo e sem padrinhos.

Noiva Síria – The Syrian Bride

Co-produção israelense, francesa e alemã – 97 minutos
Direção: Eran Riklis

Se um casamento por correspondência já é complicado, imagine quando a noiva vive em um território druso dominado por Israel e reivindicado pela Síria. Ou seja: em nenhum lugar e de nacionalidade indefinida, como consta no passaporte dela. A situação fica mais absurda quando um novo carimbo batido nos seus documentos cria um impasse entre a burocracia israelense e a síria e torna o enlace um jogo de empurra-empurra.