Sabadão II

Fora do Mapa – Off the Map

Americano – 108 minutos

Direção – Campbell Scott

O melhor dessa fornada. Um filme tão bom, mas tão bom que nem foi lançado comercialmente nos Estados Unidos. O diretor é um consagrado ator, o Campbell Scott, que escolhe um ambiente completamente “inadequado” para contar sua história.

Imagine um velho cowboy, calejado, macho pra caralho, sofrendo de depressão e tendo crises contínuas de choro? E que é casado com uma índia meio hippie que se energiza pelada no meio do milharal? Que recebe a visita de um cobrador do imposto de renda que se apaixona por ela e pelo lugar e vira um pintor do cacete?

Pode parar de imaginar e alugue o filme. Lembre-se: nem tudo que é bom para os Estados Unidos é bom para o resto do mundo. Mas, com certeza, o que não é bom para eles, normalmente é ótimo para nós.

Sabadão II

Família Rodante – Familia Rodante

Argentino – 103 minutos

Direção: Pablo Trapero

Não é novo, foi lançado em 2004 no Brasil, mas muita gente não viu. Outro bom filme argentino, dessa vez um “road movie” que acompanha uma viagem interminável de 12 membros de uma família classe média baixa rumo a Missões, fronteira com o Brasil, em um trailer mal-ajambrado, construído em cima de um velho Chevrolet Viking 56.

Além de ser um bom filme, há outros dois bons motivos para vê-lo:

a) Viajar pelo interior da Argentina.

b) Confirmar que família é família em qualquer lugar do mundo.

Sabadão II

O Corte – Le Couperet

Francês – 122 minutos.

Direção: Costa-Gavras.

Não tem a força de um “Z” ou “Missing”, mas trata-se de um bom filme domestre Costa-Gavras.

O assunto é bem atual: o desemprego nos altos-cargos e as “baciadas” de MBAs que um ex-diretor fodão tem que enfrentar para conseguir uma novaposição no mercado.

A solução que o cara encontra é bem original: ele simplesmente vai liquidando seus principais concorrentes e, quando mata um importante diretor de uma fábrica de papel, o cargo cai em seu colo.

Final meio previsível, mas o bom ritmo do cinema francês torna o DVD um bom programa para aquela chuvinha besta de primavera.

Sabadão I

O Abraço Partido – El Abrazo Partido

Argentino, 96 minutos.
Direção: Daniel Burman

Filmaço, mais um show do melhor cinema latino americano do momento.
Os argentinos estão dando banho e este “Abraço Partido” é um ótimo exemplo de como pegar um pequeno universo, no caso uma galeria no centro de Buenos Aires, e reproduzir ali todas as principais questões de qualquer canto do mundo: raciais, religiosas, sociais, emocionais, etc.

O elenco é fantástico e tem um lance de câmera na mão que lembra os bons tempos do Cinema Novo.

Detalhe: a galeria fica na Tucuman, uma rua bem feia de Buenos Aires que tem um monte de lojinhas vagabundas de imigrantes italianos, coreanos, polacos, peruanos e outras pragas, que dá ao filme uma estética meio caótica, mas saudavelmente longe dos ícones turísticos locais que o cinema brasileiro, por exemplo, tão pobremente utiliza.

A Lula e a Baleia – The Squid and the Whale

Americano, 81 minutos.
Direção: Noah Baumbach

Bom exemplar da nova geração de diretores que trabalham nos Estados Unidos e medalhado no Sundance Festival, o filme fala de uma historinha de casamento que estourou o limite de tempo, mas é contada com graça e humor.

Bem escrito, bem dirigido, bem interpretado e com um ingrediente extra: inteirinho rodado no Brooklin, o autêntico subúrbio americano com suas ruas arborizadas, casas ajeitadinhas e aquela vidinha bem modorrenta e sujeita a umas tempestades inesperadas